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Adolescência e Autismo: entre Desafios e descobertas

Adolescência e autismo
A adolescência é um período de grandes transformações físicas, emocionais e sociais. Quando falamos de adolescentes com autismo, essas mudanças vêm acompanhadas de desafios únicos — mas também de muitas possibilidades de crescimento, autonomia e conexão.
O que muda na adolescência para quem está no espectro?
Durante a infância, é comum que o diagnóstico de autismo se concentre nas dificuldades de linguagem, na rigidez de comportamentos e na interação social. Na adolescência, além dessas características, surgem novas demandas:
  •  A pressão por pertencimento nos grupos sociais
  • O aumento da consciência sobre si e sobre as diferenças
  • Mudanças hormonais que podem intensificar crises de humor ou sensibilidade sensorial
  • Expectativas por mais independência, inclusive no ambiente escolar
Esses fatores podem gerar sobrecarga emocional e desafios para a família, professores e equipe de apoio. Mas também são oportunidades valiosas para apoiar o adolescente a se desenvolver de forma mais autônoma e confiante.
Como apoiar esse adolescente na escola e na vida?

 

1.Reconhecendo suas singularidades: Nem todo adolescente com autismo é igual. Alguns são verbais e sociáveis, outros mais reservados e com padrões de interesse muito específicos. O ponto de partida deve sempre ser o respeito ao seu jeito de ser.
2.Apostando na comunicação funcional: Mesmo aqueles que usam a fala podem ter dificuldades para expressar emoções, pedir ajuda ou lidar com frustrações. Por isso, é essencial desenvolver estratégias como o uso de roteiros visuais, histórias sociais ou até recursos de comunicação alternativa (CAA).
3.Trabalhando a autonomia com propósito: Ensinar habilidades para o dia a dia, como organizar materiais, planejar a rotina ou lidar com imprevistos, é fundamental para a vida adulta. Isso pode (e deve!) ser feito na escola e em casa, com apoio e encorajamento.
4.Criando espaços de escuta e acolhimento: Muitos adolescentes no espectro sentem-se excluídos ou incompreendidos. É preciso oferecer espaços seguros onde possam se expressar, ser ouvidos e respeitados em suas emoções.
5.Promovendo pertencimento: A inclusão não é apenas estar na sala com os demais, mas sentir-se parte. Valorizar os interesses, permitir que compartilhem o que gostam e criar pontes entre pares fortalece esse sentimento.
E para a família?
|Essa relação entre a adolescência e o autismo também é desafiadora para os pais e cuidadores. Muitas vezes, surgem dúvidas sobre o futuro, medos sobre a independência ou sobre a vida adulta. Por isso, é essencial criar redes de apoio, buscar orientação especializada e lembrar: o processo de desenvolvimento é contínuo — e cada conquista, por menor que pareça, merece ser celebrada.
A adolescência no espectro autista é, sim, desafiadora. Mas também é uma fase potente, rica em possibilidades. Com escuta, respeito, apoio e intencionalidade, é possível promover um percurso mais leve e cheio de descobertas para esses jovens incríveis.

5 comentários em “Adolescência e Autismo: entre Desafios e descobertas”

  1. Euzelinda Moreira

    Lido com essa situação no meu cotidiano. E por muitas vezes, esbarramos na aceitação ou tratamento por parte dos pais.

  2. Valéria Ferreira

    Conteúdo importantíssimo, urgente e cotidiano! Devemos enquanto docentes, buscar formas de promover a conscientização dos demais estudantes com relação a : combater o preconceito e a discriminação sofrida por estudantes com TEA, evitando o bullying e proporcionando uma inclusão mais genuína!

  3. LEOSSANDRA MARIA DE SOUZA SILVA

    Perfeito, nestas orientações me vi em todo processo vivido com um dos meus filhos que hoje é um adolescente,procuro sempre ouvi-lo, orientá-lo, para sempre ajudá-lo da melhor maneira possível.

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