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O ambiente escolar e o aluno com TEA: algumas dicas

Compreendendo o aluno com TEA na escola

Crianças com atrasos no desenvolvimento apresentam diversos ganhos quando conseguimos organizar e estabelecer uma rotina estruturada e organizada no ambiente escolar. A ideia desse post é justamente orientar os professores e cuidadores responsáveis por esses alunos dentro da sala de aula e trazer algumas dicas práticas.

Antes mesmo de estruturarmos qualquer rotina, é válido deixar claro que a criança com autismo tem os mesmos direitos de uma criança típica e precisa de educação e ensino básico dentro de uma instituição formal.

Está dentro do Espectro, é uma característica a mais que esse aluno possui. O que se busca de um aluno com atrasos no desenvolvimento (criança neurodivergente) é que esse atraso seja recuperado a partir de estímulos direcionados. Tudo isso para que ele chegue a ter independência em um determinado momento da vida e quem sabe acompanhar os pares da mesma idade.

Durante o processo de recuperação desses atrasos, é necessário reunirmos esforços nas terapias com os profissionais especializados, tais como: médicos, fonoaudiológos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos e ainda os estímulos desenvolvidos em sala de aula pelos professores.

Além disso, é de extrema importância que os pais estejam bem orientados para que todos possam jogar um jogo sincronizado e eficiente.

Dica 1:

A escola precisa manter um esforço no sentido de ampliar o repertório desse aluno. Realizar uma boa interação e socialização a partir de atividades lúdicas e interativas e ainda planejar  estímulos para o desenvolvimento da comunicação que muitas vezes está prejudicada.

Quando o professor se coloca na posição de que não sabe conduzir atividades para um aluno com TEA e dessa forma o torna invisível e isolado das atividades e demais alunos, esta criança sempre estará aquém do seu desenvolvimento. As outras crianças irão progredir e a criança atípica, por falta de empenho ou/e conhecimento do professor, poderá não desenvolver as habilidades importantes. A criança ficará então, sempre correndo atrás do prejuízo.

Pensando assim, o que a escola precisa entender? qual seria a primeira dica? Que a criança com TEA precisa ter os mesmos recursos e estímulos que as crianças típicas . Perceba que, se o professor prefere deixar a criança mais isolada, ele acaba limitando a aprendizagem e tolhendo oportunidades.

Para ilustrar melhor essa situação, irei trazer um exemplo concreto: O professor senta numa roda com os alunos para iniciar uma contação de história e o aluno com autismo não se envolve com a atividade. Prefere ficar quieto e isolado, brincando com algum brinquedo de sua preferência. Se o professor não mediar essa situação, não chamando esse educando a participar, interagir e compreender o que está acontecendo, provavelmente ele não irá progredir pedagogicamente.

Ter autismo não significa dizer que ele precise ficar num canto fazendo atividades de forma isolada. O bom pra ele é ter acesso aos mesmo estímulos que as demais crianças da sala. Então, trazer sempre essa criança para ensinar o mesmo que você ensina para todos os outros, contudo, é importante diversificar as formas de abordar o conteúdo.

Expor o conteúdo não só através da fala ou escrita, mas também por intermédio de imagens, músicas e até mesmo trazendo objetos que  possam se remeter ao assunto abordado. Como por exemplo: construção de uma maquete simples com peças que possam ser removíveis e manipuláveis. Tornando o aprendizado ainda mais concreto e dinâmico.

Dica 2:

Uma estratégia importante e que também serve como dica válida, é colocar o aluno para sentar próximo de você (professor). Dessa forma, o docente terá mais oportunidade de dar uma atenção maior a esse aluno, fazer mediação e colocar de volta sentado (caso necessário). O aluno com TEA precisa de uma intervenção mais qualificada e de perto.

Vamos para um exemplo prático? O professor propõe uma atividade em dupla. É óbvio que o aluno com TEA precisa ser inserido na atividade. Então, o professor deverá deixar ele próximo a ele junto com seu colega de classe, ser o facilitador do processo. Essa facilitação pode ser: interpretando algumas instruções, já que os estudantes com autismo precisam de comandos mais precisos e concretos. Com frases curtas e sem metáforas.

 

 

7 comentários em “O ambiente escolar e o aluno com TEA: algumas dicas”

  1. Dicas muitos importantes trazidas aqui, se pararmos para colocá-las em prática, conseguiremos construir uma sociedade que se importa e valoriza pessoas com TEA, e isso de fato, se inicia no seio familiar e na escola. Excelentes colocações!

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