Como o professor poderá contribuir?

 A dificuldade do docente

Ao adentrar o ambiente escolar e escutar as conversas informais pelos corredores, é comum perceber a dificuldade e insatisfação profissional no discurso dos docentes. Seja pelas salas de aulas numerosas, pela quantidade de turmas em excesso ou mesmo pela falta de habilidade no manejo com alunos que apresentam alguma atipicidade. Porém, apesar dessa sobrecarga emocional e física, o docente poderá facilitar e mediar a evolução do educando. E está aí a grande pergunta: de que maneira o professor poderá contribuir? através da atualização do conhecimento.

Os professores parecem estar cansados, enfadados e sobrecarregados, e com isso , sem ânimo para buscar novos conhecimentos e capacitações. No entanto, parece ser impossível fazer com que o aluno evolua, se o professor não tem o conhecimento adequado.

Muito se tem estudado sobre a formação de professores, os modelos utilizados e a forma como esses momentos formativos são conduzidos. Parece que os modelos atuais não estão sendo capazes de gerar mudanças significativas no cotidiano escolar.

A  formação docente

Os professores parecem clamar por conhecimento e esse conhecimento precisa chegar até eles de uma maneira mais bem planejada e participativa. Não podemos nos contentar apenas com algum especialista que vem trazer informações, precisamos que esse processo seja colaborativo a partir da troca de experiência dos docentes.

Assim como os pais, os professores são as pessoas que mais passam tempo com a criança e portanto, precisam conhecer de perto as especificidades. Os pais de crianças com autismo se sentem bastante angustiados quando precisam deixar seus filhos nas escolas e percebem que o ambiente e os profissionais não estão bem amparados para acolher seus filhos como deveriam. Muitas vezes, sem saber como conduzir alguma situação, acabam entrando em contato com os pais para que venham buscá-lo na escola. As vezes relatando que tiveram uma “crise”, ficou agressivo e sem controle.

Como a comunidade escolar também não sabe conduzir a situação, a angústia passa a acontecer dos dois lados: tanto dos pais, quanto dos professores que não receberam formações adequadas. Pois, os professores anseiam que seus alunos evoluam pedagogicamente, mas tem uma série de situações específicas que eles não sabem manejar.

Essa é uma situação que não existem culpados, pais e professores  precisam estar empenhados e alinhados para auxiliar no desenvolvimento das crianças/alunos. Além dos pais, toda a comunidade escolar precisa se unir. Os professores precisam de momentos formativos, pois quanto mais tiverem conhecimentos, souberem como agir diante de algumas situações, melhor para eles e para as crianças que se sentirão mais seguras no ambiente escolar.

 Estratégias iniciais importantes

O aluno com TEA precisa de previsibilidade, criar quadros de rotina é uma estratégia essencial para os educandos.  Quando isso não acontece, acaba desencadeando uma disrupção de comportamento, por não terem a noção  do que vai acontecer dentro da rotina escolar.

Esse quadro de rotina pode ser criado com imagens/figuras e com a explicação do desenho de forma clara e sucinta com duas ou três palavras no máximo.  A criança precisa ficar ciente do que vai acontecer inicialmente e também do que vem depois.

Por exemplo: Imagem que represente a hora da merenda/ imagem que represente a hora de fazer a atividade/ imagem que represente o momento de sentar e contar histórias. Tentando montar essa rotina a a partir de uma ordem cronológica.

Muitos alunos com TEA tem bastante dificuldade na comunicação e alguns são não-verbais. Então, essa estratégia facilitará bastante a troca de informações entre professor-aluno, entre aluno-aluno e aluno-funcionário.  As regras que devem ser seguidas em sala de aula, devem ser expostas de forma clara e também através de figuras.

No entanto, devemos lembrar que a criança não aprenderá de uma hora para outra e que cada uma demandará um conjunto de suportes específicos.