O que é a Comunicação Alternativa (CA)?
Você sabe do que se trata a comunicação alternativa? É um termo que se refere a uma forma alternativa de se comunicar. Historicamente, nos comunicamos através da fala, ou seja , utilizamos o recurso da voz para se comunicar entre os pares. É a forma mais comum de comunicação.
No entanto, existem muitas outras formas de comunicação, que não seja necessariamente a forma verbal. Existem formas não-verbais, tais como: gestos, expressões faciais, movimentações dos braços, mímicas, sons e até mesmos placas sinalizadoras com alguns símbolos e imagens.
Ou seja, existem inúmeras formas de trocarmos informações sem necessariamente utilizarmos a fala. Como já comentado anteriormente, um dos critérios diagnósticos para o autismo, está relacionado com os prejuízos na comunicação.
Geralmente, o indivíduo que está dentro do Especto autista possui prejuízos na comunicação verbal e também a não-verbal. A pessoa com autismo apresenta dificuldade em compreender os gestos sociais, e também em compreender o que está nas entrelinhas da fala ou das expressões. Por isso, durante a comunicação é necessário ser direto e sem ambiguidades. Metáforas também devem ser evitadas, já que geralmente eles irão entender o que será dito ao pé da letra. Além disso, apresentam também dificuldade na oralização das palavras.
A comunicação alternativa é muito relevante e utilizada nas terapias com os fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais frequentemente. Dentre os exemplos dessa comunicação utilizada nas sessões de terapia, podemos citar o uso de imagens para que a criança indique o que ela quer comunicar. Podemos elencar as mais conhecidas: as pranchas de comunicação, no qual a criança precisa apontar para a imagem e os famosos PECS-Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (Picture Exchange Communication System), no qual a comunicação acontece por troca de figuras, como o próprio nome revela.
Vamos entender de forma mais concreta?
No caso dos PECS, a comunicação acontece trocando a figura pelo objeto ou atividade desejada:
Vamos supor que a criança está com sede e precisa pedir água. Porém, ela ainda não consegue comunicar isso aos pais. Então, ela irá aprender a mostrar uma figura com a representação da água e entregar para a pessoa que ela deseja comunicar. Em seguida, a pessoa que recebeu a ficha com a figura da água, deverá oferecer a água para a criança.
Já no caso das pranchas de comunicação, a criança irá apontar para as figuras expressando o que deseja, que pode ser um objeto ou comunicar um sentimento. A criança também pode apontar para uma sequência de figuras e organizar algumas frases.
Após se apropriar dessa técnica, a criança vai deixar de comunicar a partir do choro somente, e passará a ter uma comunicação mais específica e assertiva.
A importância do reforço da técnica fora do ambiente terapêutico
É importante salientar que para a criança conseguir desenvolver e compreender essa técnica, ela precisa ser ensinada e reforçada pelos pais e em todos os contextos sociais que a criança está inserida. Ela deve ser estimulada em casa, na escola e em outros espaços.
O professor geralmente é o agente não familiar que está mais próximo da criança e que passa mais tempo com ela. Por isso, a importância do docente também saber comunicar através da técnica que o aluno está aprendendo em outros ambientes. Conversar com os pais, saber como ele se comunica em casa, se existe algum sistema que está sendo desenvolvido nas terapias, é de fundamental importância. Todos devem está falando a mesma língua.
Outro fato a destacar é que muitas vezes a criança é capaz de desenvolver a fala e até tem uma intenção comunicativa, no entanto não consegue dar palavras as coisas. Nesse sistema de trocas de figura, por exemplo, a criança vai entender que se ela dá alguma coisa, consequentemente vai receber algo em troca. E isso com certeza minimizará algumas crises que são desencadeadas pela dificuldade na comunicação.
A comunicação alternativa é um conjunto de técnicas que visam ampliar a capacidade comunicativa de pessoas que possuem prejuízos nesse aspecto. Ela é uma das categorias da tecnologia assistiva e podem ser de baixa ou alta tecnologia. Exemplos de CA de baixa tecnologia: pranchas de comunicação e cartões (figuras). Já as de alta tecnologia citaremos os aplicativos utilizados através de tablets, computadores, celulares e etc.
Existem softwares que permitem criar suas próprias pranchas de comunicação usando fotos e imagens da própria criança e assim facilitando a comunicação.
Não sabia disso “Outro fato a destacar é que muitas vezes a criança é capaz de desenvolver a fala e até tem uma intenção comunicativa, no entanto não consegue dar palavras as coisas. Nesse sistema de trocas de figura, por exemplo, a criança vai entender que se ela dá alguma coisa, consequentemente vai receber algo em troca. E isso com certeza minimizará algumas crises que são desencadeadas pela dificuldade na comunicação.” É uma informação muito valiosa para os pais.