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O autismo e a educação física escolar

Educação física para os alunos com TEA: estratégias possíveis

É importante lembrar que nem todas as crianças com autismo irão necessitar de grandes adaptações na educação física escolar, principalmente aquelas que precisam de pouco apoio. Se quiser ficar mais por dentro desse assunto, consulta o post anterior, que menciona os níveis de suporte/apoio.

Quando falamos em adaptações nas aulas de educação física, podemos pensar em mudanças nas regras, nos tipos de jogos e principalmente nos materiais utilizados. A partir dessas modificações poderemos potencializar ainda mais o aprendizado desses estudantes.

Temos que lembrar que o ambiente das aulas da educação física na escola é bastante desafiador, tanto para o professor que planeja as aulas, quanto para o aluno com TEA. Já que é um local que normalmente tem muito barulho e muitas informações ao mesmo tempo.

Vamos falar sobre algumas estratégias?

Estratégia 1: suporte visual

Quando o professor planeja uma sequência de exercícios a serem realizados ou até mesmo exercícios em formato de circuito (estações), é importante que esse (a) seja numerado. Dessa forma, o aluno irá entender qual será o primeiro exercício a ser realizado, o segundo e assim por diante. Essa estratégia simples vai ajudar o aluno a se localizar no espaço demarcado. Além de números, o professor também poderá utilizar setas (para apontar a direção a ser seguida), cones coloridos, arcos e outros.

Muitos alunos trabalham melhor com informações visuais do que as orientações orais. Ou seja, o professor deve diversificar a forma de abordar o conteúdo e de apresentar também.

O quadro de rotina, já abordado em post anterior, também pode ser um recurso interessante para ser utilizado nas aulas de educação física; com a construção dessa previsibilidade,  o aluno será capaz de compreender o que vai acontecer, ele vai saber como será o início da aula, o meio e o final. A montagem dessa rotina ficaria ainda mais interessante através de figuras.

Quando o professor alterna bastante de atividades durante as aulas e não comunica essas alterações aos estudantes com TEA, pode desencadear uma desorganização nesses alunos.

Estratégia 2: as questões sensoriais

Muitos alunos se desorganizam com sons muito altos, com o toque ou com o cheiro. E nas aulas de educação física podemos perceber que existe muito barulho, muitas crianças gritando, correndo. Então, uma dica importante é a utilização de fones, um instrumento muito bem-vindo nessa situação.

Se o aluno precisar de um lugar mais calmo e seguro para descansar e se organizar novamente, também é válido estabelecer esse espaço. Nesse caso, o professor poderá sinalizar através de algum instrumento (cones, cordas, fitas), que ali é um lugar seguro e que ele pode ir até lá toda vez que precisar se reestabelecer. Isso também pode está descrito no quadro de rotina da aula.

Estratégia 3: adaptações de regras e materiais

Muitos alunos que estão dentro do Espectro, quando se frustram acabam se desorganizando. Então, o professor poderá modificar regras, criando uma regra mais fácil e mais compreensível para o aluno. Além disso, os comandos das atividades devem ser claros, curtos e concretos. Dessa maneira, o aluno conseguirá engajar na brincadeira/jogo propostos.

Em relação aos materiais, podemos trazer um exemplo prático: nas atividades de rebater a bola, podemos iniciar com uma bola mais leve e lisa, com poucas texturas e que facilite o movimento. Iniciar com bexigas de festa e aos poucos ir trocando por uma bola mais pesada, seria uma boa alternativa.

Por fim, sabemos que é bastante desafiador para ambos (aluno e professor). No entanto, percebemos que é algo possível e necessário. No início, o professor pode se sentir inseguro, mas com a prática, o planejamento vai se tornando mais leve. Vale a pena se empenhar e fazer a diferença na vida desses alunos.

 

 

 

 

 

2 comentários em “O autismo e a educação física escolar”

  1. Sabemos que não é fácil a rotina escolar para o professor, mas só de ter a curiosidade em tentar acolher todos os alunos com que lida todos os dias, isso já é um passo importante. E estratégias simples como essas citadas, quando postas em prática no dia a dia da dinâmica escolar, faz toda a diferença na vida do aluno com TEA, na vida do professor e dos demais alunos. Conhecimento transforma o ambiente, transforma vidas!

  2. Pingback: Coordenação motora no TEA - PROFESSOR ENTENDENDO O TEA

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